A irritabilidade, ondas de calor, podem ser sintomas atribuídos à menopausa, mas também à doença da tireóide. Se você é uma mulher, e tem entre os quarenta ou cinquenta, é bom saber que a tireóide é afetada por alterações fisiológicas, podendo começar a agir de maneira diferente.
Os sintomas da menopausa e doenças da tireóide são bastantes muitos semelhantes. Portanto, requer, antecipadamente, atenção especial para identificar com precisão a origem desses distúrbios.
O Que é a Tireóide
A tireóide é uma glândula endócrina que sintetiza e libera hormônios. Tem uma forma muito semelhante a uma borboleta e está localizada na frente do pescoço, na base da garganta.
A tireóide desempenha um papel importante no desenvolvimento do esqueleto e do cérebro. Contribui de maneira indispensável para a regulação do metabolismo determinando a velocidade com a qual o corpo deve trabalhar. Assim como usar os alimentos para produzir energia.
A tireóide é estimulada pelo hormônio TSH (estimulante da tireóide) que produz os dois hormônios principais; T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). Para a sinterização correta desses hormônios, a tireóide precisa de minerais e aminoácidos normais, tirosina e fenilalanina.
Disfunção Tireoidiana e Menopausa
O mau funcionamento das glândulas tireóides pode começar em qualquer idade, mas os riscos aumentam ao longo dos anos; e é muito mais frequente em mulheres do que em homens. Quando as mulheres se aproximam da idade da menopausa, os hormônios começam a diminuir. A menor quantidade de hormônios pode afetar o bom funcionamento das glândulas tireóides. De fato, cerca de 7-8% das mulheres, na pré-menopausa, sofrem com isso, enquanto 10-15% atinge após a menopausa
Quais são os Tipos mais Comuns de Disfunção da Tireóide?
Hipotireoidismo
Quando a glândula tireóide não produz hormônios T3 e T4 suficientes, e a glândula tireóide se torna “preguiçosa”, não produzindo os hormônios suficientes para o bom funcionamento do metabolismo.
Pessoas com hipotireoidismo têm um metabolismo lento, geralmente os sintomas não são evidentes, especialmente no início. O alarme mais frequente é o aumento de peso. Outros sintomas podem ser: digestão lenta, cansaço excessivo, sensibilidade ao frio, constipação, pele seca, fraqueza, cãibras musculares, alteração do ciclo menstrual e um imenso desejo de açúcar.
A tireoidite de Hishimoto
A tireoidite de Hishimoto é a causa mais frequente de hipertireoidismo. Esta condição é uma inflamação autoimune crônica da glândula tireóide, devido ao desenvolvimento de anticorpos contra as células da tireóide. A presença de tireoidite de Hishimoto é mais comum em mulheres e é hereditária. A presença em indivíduos com anormalidades cromossômicas é maior.
O hipertireoidismo
por outro lado, é uma situação oposta, pois a tiroxina T4 e T3 produz uma quantidade excessiva de hormônios e a tireóide trabalha muito rapidamente.
Pessoas com hipertireoidismo podem desenvolver distúrbios metabólicos associados à perda de peso, aumento do apetite, sede excessiva. Outros sintomas podem estar ligadas ao nível cardiovascular, como taquicardia, hipertensão ou até ao nível do sistema nervoso, como irritabilidade excessiva, insônia, depressão e apatia.
Nódulos tireoidianos
Nódulos tireoidianos não alteram as funções tireoidianas, geralmente são benignos, mas devem ser mantidos sob controle. A principal causa é a deficiência de iodo. A terapia depende do tipo de nódulo; quando não apresenta nenhum tipo de distúrbio, o monitoramento é suficiente.
Por outro lado, se os nódulos produzem excesso de hormônios da tireóide, a terapia envolve fazer uso de tomar remédios. Quando os nódulos são malignos, a cirurgia é necessária para a remoção parcial ou total da glândula tireóide.
É Menopausa ou Problemas de Tireóide?
Você sente-se cansada, sofre de baixa concentração, perda de cabelo, ansiedade ou até um pouco de depressão? Ou você perde peso, mesmo que seu apetite tenha aumentado ou sofra de irritabilidade, ondas de calor?
É muito comum trocar os sintomas da disfunção tireoidiana com os sintomas da perimenopausa, pois são semelhantes.
Para um diagnóstico, você precisa monitorar os sintomas e informar ao seu médico. O especialista pode encaminha-lo para realizar testes apropriados e indicar a cura. O reconhecimento precoce da disfunção é muito útil, não apenas para restaurar o bem-estar diário, mas também para evitar as complicações futuras.
Ligação entre Menopausa e Disfunção Tireoidiana
Os estrógenos regulam a função da tireóide, durante a menopausa, a diminuição hormonal, pode levar à doença da tireóide.
As alterações durante a menopausa geralmente não acontecem, mas em alguns casos podem favorecer patologias ou disfunção tireoidiana. Muitas mulheres atingem a meia-idade com um problema de tireóide já diagnosticado no passado, outras manifestam o problema durante uma das fases da menopausa ou pós-menopausa.
Pesquisas científicas mostraram que “o status da tireóide não afeta significativamente a síndrome climatérica; a menopausa pode modificar a expressão clínica de algumas doenças da tireóide, especialmente as autoimunes. A função da tireóide não está diretamente envolvida na patogênese das complicações da menopausa”.
No entanto, de acordo com pesquisa realizada pelo Departamento de Endocrinologia Clínica e Molecular e Oncologia da Universidade de Nápoles Federico II, expõe que “a longo prazo, os riscos de complicações aumentam Isso é evidente em condições de hiper e hipotireoidismo.”
Outras possíveis complicações podem surgir ao longo dos anos mesmo que: “Ainda não está claro se as alterações ósseas observadas no estado de tireotoxicose estão relacionadas à falta de TSH ou a um excesso de hormônios da tireóide ou a ambos. “
Outra pesquisa realizada em 2013 confirma “A aterosclerose coronariana e a osteoporose podem ser agravadas na presença de hipertireoidismo ou hipotireoidismo”.
Como Tratar a Tireóide Durante a Menopausa
No tratamento do hipotireoidismo, é importante levar em consideração vários fatores, como idade, estilo de vida e outras doenças já presentes.
Atenção especial deve ser dada quando uma mulher está na menopausa, para evitar interferência com outros tratamentos, como por exemplo, a reposição hormonal. Somente um médico pode avaliar todo o quadro clínico para identificar o melhor trattamento.
A Dieta para Regular o Hipotireoidismo

Uma dieta equilibrada é um componente essencial na vida humana. É uma prevenção e uma cura para qualquer distúrbio do corpo, mas não pode substituir o tratamento médico.
Para uma função ideal da tireóide, são necessários alimentos ricos em iodo, selênio, ferro e zinco e proteínas.
A necessidade diária de iodo é de 150 mg/g. O iodo está presente em crustáceos, peixes marinhos, moluscos, sal marinho, leite de vaca e ovos. Também podemos encontrar nos alimentos protéicos que nosso corpo precisa; na carne magra de frango, peru e cordeiro. Em peixes como; atum, salmão, bacalhau e sardinha. Da mesma forma se encontra na lentilha, grão de bico, feijão, ervilha, edamame e soja. Além de laticínios com pouca gordura, como queijo e iogurte grego.
Selênio: O selênio é conhecido pelas propriedades antioxidantes das moléculas chamadas selenoenzimas. Carne, sementes de chia, nozes, sementes de girassol, peixes e cereais são fontes de selênio para o corpo. Estudos identificaram o selênio como um componente de uma enzima que ativa os hormônios da tireóide. “Além disso, baixos níveis de selênio estão associados a um aumento da prevalência de doenças da tireóide”.
O ômega 3: O ômega 3 é uma categoria de ácidos graxos poli-insaturados* essenciais que nosso corpo não consegue sintetizar e, portanto, deve ser necessariamente tomado com a dieta. Entre os alimentos que contêm ômega 3, encontramos bacalhau, salmão e atum, sardinha e na sementes oleaginosas como nozes, amêndoas, sementes de linho e nozes.
Quais Alimentos Você Deve Evitar
Como já mencionado, o iodo é essencial para a função da tireóide, portanto, as pessoas com hipotireoidismo devem prestar muita atenção aos alimentos e bebidas goitrogênicos (Os goitrogênicos são substâncias que dificultam a absorção de iodo), pois interferem na absorção de iodo.
Entre eles estão os vegetais crucíferos, como os repolhos. Também pertencem a família dos crucíferos; a couve repolho, couve de bruxelas, brócolis, rabanete, rúcula e rábano. Aconselha-se que pessoas com problemas de tireóide consumam de forma crua ou cozida no vapor.
Além disso, os especialistas recomendam limitar a sua ingestão ou consumir produtos que contenham soja.
Se você é alguém que tem uma condição una disfunção da tireóide e uma sensibilidade ao glúten, procure remover o glúten da sua dieta. Só não espere que sua tireóide melhore devido ao remédio, a alimentação faz parte da cura.
Hipertireoidismo Evite estes Alimentos
No caso do hipertireoidismo, é importante tentar eliminar ou reduzir todos os alimentos que podem aumentar a quantidade de iodo que você consome com sua dieta. Entre eles: peixe, alga marinha (também como suplementos), camarão, caranguejo, lagosta, ostras, sushi e também as algas usadas no combate à celulite.
Referência
US National Library of Medicine National Institutes of Health, “Thyroid and menopause”, written S. del Ghianda, M. Tonacchera & P. Vitti, available at https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23998691 (accessed 05 May 2020)
EndocrineWeb “Thyroid Gland Overview”, written by Dr Robert M. Sargis, available at https://www.endocrineweb.com/endocrinology/overview-thyroid, (Accessed 03 May 2020).
British Thyroid Foundation “Thyroid and menopause” available at https://www.btf-thyroid.org/thyroid-and-menopauseb(accessed (Accessed 20 April 2020)
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